Notícia - Sindicalista terá de pagar R$ 50 mil por injúria racial01/04/2017
Sindicalista terá de pagar R$ 50 mil por injúria racial
Uma decisão da 2ª Vara do Trabalho de Sorocaba determinou o pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 50 mil, num caso de injúria racial. A sentença, à qual ainda cabe recurso, foi proferida pela juíza titular Candy Florencio Thome, no último dia 27 de março. O caso aconteceu em 2014, envolvendo dirigentes do Sindicato Específico dos Empregados nas Empresas de Limpeza Urbana, Áreas Verdes, Limpeza e Conservação dos Municípios de Salto e Região (Siemaco) e do Sindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade de Sorocaba (Sinetur).
A acusação partiu da sindicalista Paula Aparecida Gomes, do Siemaco. Após uma reunião realizada em 15 de julho daquele ano, com a presença de representantes das duas entidades, ela relatou que a também sindicalista Izaldite Sampaio da Silva sentou-se ao seu lado. Durante discussões sobre a representatividade dos sindicatos, Paula teria colocado a mão direita no braço esquerdo de Izaudite, que reagiu, segundo a acusação, dizendo "tira a mão de mim, sua preta suja". Paula, por sua vez, teria se descontrolado ao ouvir a frase e "foi para cima" de Izaldite. O Sinetur, em sua defesa, alega que durante discussão sobre representatividade sindical, "houve uma grande confusão, que acabou com agressões físicas" contra Izaudite, que "não proferiu qualquer palavras em direção à requerente caracterizada por humilhação ou discriminação", consta nos autos. Já Izaudite, segundo o processo, declarou não ter dito nada ofensivo à vítima, alegando, inclusive, que "é casada com um negro, sendo mãe de um negro e sendo a própria descendente de negros".
Como os acusados não compareceram a uma audiência, a juíza emitiu a condenação com base em confissão ficta aplicada aos reclamados. "Essa decisão foi muito importante pois mostra que a justiça no país existe. Que ela foi ofendida, sem ter feito absolutamente nada para a outra pessoa. As pessoas têm que saber que as coisas que falam podem gerar consequências", comentou a advogada Fabíola Eliana Ferrari, responsável pela defesa de Paula. O advogado Silvio Antonio de Oliveira Filho, que cuida da defesa de Izaudite e do Sinetur, foi procurado pela reportagem por dois dias, em seu escritório e na sede do sindicato, porém não retornou as ligações.
Fonte:Jornal Cruzeiro do Sul
SIEMACO SOROCABA / SALTO - Sindicato Específico dos Empregados nas
Empresas de Limpeza Urbana, Áreas Verdes, Limpeza e Conservação